domingo, 26 de setembro de 2010

De um travesseiro que não fez seu papel...

Hoje é dia de Cosme e Damião. Dia de dar e ganhar doce, um dia feliz por si só. Então porque boto minha cabeça no travesseiro e não consigo dormir? Porque ela pesa tanto? Porque quando paro pra pensar sinto que não tenho nada?

Há quase dois meses que não paro. Não paro de rir, de brincar, de cantar garotas, de sentir cada situação como se fosse a ultima. Mas hoje me fizeram parar. Parei, sentei e esperei em um lugar que me levou até você. Ou talvez você não tenha saído de lá, apenas eu fazia questão de não parar e assim passar sem te ver. Ficar sentado esperando na área de sapatos daquela loja de roupas. Como não lembrar? Como não ter você assim tão próxima?

Engraçado olhar um idiota andando pelo shopping com uma camisa preta, um perfume particular, e uma coroa do BK na cabeça. Parar pra lanchar, que casual. Seria se não fossem as pequenas coisas. Uma dica de como ter seu refrigerante posto na hora, Ou como ter o sanduíche quentinho. Uma lembrança que não cala. Uma falta que não para de gritar.

Sentado naquela loja foi impossível não parar para pensar. Um momento meu qual refleti sobre minha vida hoje e minha constante busca de centralidade interior. Em como procuro equilíbrio nas pessoas a minha volta, sendo que nada novo me é oferecido, sendo que você já me mostrou tudo que eles pensam em oferecer. Perdi meu “Ego” quando te perdi. E hoje percebo que não é fácil misturar o “Super Ego” e o “Id” ofertados por outras pessoas e me reformar, reconstruir a partir disso. Bem que Gostaria.

Saudade que quando as coisas eram mais fáceis e no dia 27 de setembro eu só pensava em que horas acordar pra pegar doce.

Hoje penso em pegar uma sacola e deixar com um amigo as suas coisas. Sendo que não consigo mais olhar pra você. Não consigo olhar pra ti com essa felicidade instantânea, simplesmente porque eu não tenho nada haver com ela. Pensei em escrever uma carta ao meu punho e botar dentro da sacola com suas coisas. Cheguei a imaginar você abrindo a sacola e vendo uma carta...

“Oi amor, saudades de você.

Eu sei que não temos nos falado muito ultimamente. Eu tenho andado enrolado com a vida acadêmica e você com o casamento. Claro que dá pra ver que to ignorando abertamente o fato de você ter parado de falar comigo depois que te mandei tomar no cú nos corredores da UERJ. Sabe, sinceramente acho que foi a melhor coisa que fiz nos últimos tempos.Verdade que você paro de falar comigo. Mas nós sabemos que eu não estava, nem estou ainda, pronto pra ser simplesmente seu amigo, sem falar que tava cansado de fingir felicidade por você enquanto realmente eu só queria que você me falasse que era tudo brincadeira, ou mesmo que seu noivo caísse de moto e batesse a cabeça. Adeus problemas. Infelizmente nada na vida vem tão fácil.
Eu sei que posso e devo estar perdendo muito deixando de falar com você. Não é a primeira vez que deixo de falar com alguém por gostar dela. Sinceramente não se comparava nem um pouco ao que eu senti por você. Mas prefiro isso a ficar sofrendo calado ao seu lado.
Te amei, e ainda te amo. Mesmo você indo se casar. Como a vida é engraçada.


Saudades que só tendem a crescer.
Gabriel .”

Finalmente posso admitir: Eu estou cansado. Cansado de não parar, cansado de ignorar, muito cansado de saber que estou perdido. E saber que dentro de mim não há nada que eu posso usar pra me encontrar. Por isso não posso parar. Não posso parar de procurar até encontrar alguma coisa que realmente faça sentido, algo que realmente exista dentro de mim, não apenas passe pela vida. Gostaria de saber quantas pessoas eu poderia machucar se falasse sem pensar, muitos amigos iam sofrer com isso.Tenho medo de relaxar e não conseguir achar nada mais, nunca mais...

“If I could start again, a million miles away, I will keep myself, I would find a way.”

Se eu pudesse começar de novo A milhões de milhas daqui Eu poderia me encontrar Eu acharia um caminho. Mas se eu parar como vou saber que me encontrei?

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

palavras vagas do menestrel a princesa...

–Do que eu me lembro? Lembro de quase tudo que vivi. Mas se me questiona sobre um momento em especial, algo que não sai da minha cabeça. Melhor sentar-te, pois há de ser longa essa história. –

Lembro-me muito bem do momento que a vi pela primeira vez, sua voz hipnotizante, doce, suave como um bom vinho. Nesse momento sua voz adentrou em minha mente e se fez presente eternamente. Dominou meus sentidos, levando-me a um universo vazio onde apenas sua voz ecoava para todo o sempre, sem nenhuma interferência. Perfeita, eternamente perfeita. O teu sorriso, um sorriso de menina, que demonstra toda felicidade que seus poucos anos armazenaram, pois quando teus lábios se contraem para formar esse sorriso de beleza derradeira, meu olhos ficam cegos em tamanho estupor e nada mais pode deter minha atenção...