quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

QUANDO EU MORRER...




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Quero ser enterrado na beira da estrada, em cova rasa mesmo. 
Um desconhecido perdido no nada da morte sem nome e sem cinzas ao mar. Quero ficar a beira da estrada e pra sempre ser lembrado de não ter terminado a caminhada. 
Sem data, sem nome, sem nada. 
Quando morrer não quero choro ou comoção, ninguém nunca vai se atirar no meu caixão. 
Quero ser enterrado na estrada, bem ao lado, para ter uma vista do cerrado. Fechar meus olhos numa ultima vista na serra, voltar a ver o sol nascer mais uma vez escutando: “Stairway to heaven” ou “Highway to hell” não tenho certeza ainda. 
Olhar uma ultima vez minha escola ser campeã, bem ao menos escutar alguém me dizer. 
Queria que as cinzas das flores que nascerem sobre mim, essas sim sejam cremadas e jogadas ao vento. 
Mas antes de começar essa última viagem só gostaria de saber: O que acontece com aqueles que perdem a noção do verde mais básico quando de ti o rosa mais sublime foi tirado? 
Fiquei 7 horas no pau-de-arara, vî montanhas que só existiam em sonhos, nadei em nascentes cheias de areia e cachoeiras de água cristalinas, rolei as dunas do maranhão e cochilei a beira do rio tocantins. 
Foi como se não tivesse me movido. 
Meu corpo foi, mas minha mente só fazia perguntar. 
Porque o meu rosa e verde? 
Valeu a pena? 
Não faço a menor ideia! 
E se me perguntar se trocaria tudo isso: A qualquer momento! 
Bem quando morrer quero ser enterrado a beira da estrada, em cova rasa e pra sempre ser assombrado pela viagem que nunca consegui concluir.