segunda-feira, 29 de agosto de 2016

29/08/2016

Não sei o que você fez comigo. Sei que foi bom. Essa ressonância, essa dinâmica noturna.
Ontem teria dado de tudo para que estivesse em meus braços. Te perdi, perdi a chance de concretizar essa sensação, esse sentimento. Qual? Não sei. Nem me importo em saber.
Nesse tempo perdido... Nessas horas passadas, nesse desentendido... Todo temor, de te ver se foi. Os medos, anseios, preocupações, com quem quer que seja. Só queria estar ao seu lado. Sem enredo, vazio, tranquilo.
Esse estado foi dinâmico hoje. Entre medos e receios, uma incrível sensação de não desistir. Essas horas contando com a sorte até te encontrar... Me fizeram entender, quanta sorte foi te conhecer. Apenas isso, sorte da mais pura e límpida. Aquele tipo de sorte que muda o destino de um ser pra algo melhor. Mais positivo.
Desculpa, se não me preocupo como deveria pelas pessoas que podem ou sofrer, ou se importar. Da casta dos humanos hoje só o David e o Pedro teriam alguma voz. Menos ainda eu diria dos humanos regulares. Sei que você provavelmente seria quem mais escutaria... Mas se me chamar eu fico ao teu lado pra escutar e rebato tudo que possível.
Bem... Tudo que sei é que foi bom te ver.  Um prazer te conhecer. Não quero parar assim.
Boa noite! Dorme bem, mas vê se dome!!!
Para: Um grande C.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Esta chovendo.
Não é uma retórica simplesmente está chovendo pra caralho do lado de fora do ônibus.
Quando sair do trabalho não chovia
me sentei em um banco vazio com janela.

Antes que começasse a realmente chover lá fora um jorro veio ao encontro do meu braço, parecia que o ônibus mijava em mim e ria.


"Senta nessa porra de janela filho de uma puta."


 Fechei a janela.

Ainda chove lá fora e o ônibus passa por poças como Moisés pelo mar vermelho espalhando-os ao meio com suas rodas derivadas de dinossauros.

Por um momento achei que ele realmente me odiava.
 Mais um jorro de seus líquido frio sobre mim, mesmo com as janelas fechadas.

Meu braço ficou encharcado e frio. Ainda sinto calor nos meus cachos presos.


Sinto que preciso lava-los antes de dormir.
Não dormi muito essa noite, me disse L., consciência pesada deve ser.
Lhe pergunto porque e nada só silêncio, viro pro lado e durmo como uma pedra.
Uma das vantagens de não se ter consciência.
Tinha uma chefe/chef italiana. Ela era muito bacana, mas não gostava de usar sutiã.
Ela tem a idade da minha mãe e seios de mama nos filmes. Certa vez cheguei pela manhã em seu laboratório/cozinha, e lá estava ela sem o bendito sutiã.
Ela me treinou no trabalho de massa, fizemos uma coisinha linda e fritamos. Ela me ofereceu uma cerveja, uma relativamente boa cerveja. Não aceitei. Queria parecer íntegro. Mas como eu queria aquela cerveja.
Agora trabalho em outro lugar, um dia vou aparecer para visita-la e levar uma boa cerveja não aquela porcaria que vendíamos aos turistas, algo artesanal.
Talvez eu lhe diga, R. Você devia usar sutiã.
Tenho lido muitos de bukowski nos últimos dias, talvez tenha absorvido seu jeito melancólico de escrever.
Tudo bem, ele era um bom escritor.
Queria também dizer que meu próximo romance sai em setembro. Mas antes teria que ter um romance sendo escrito e isso é muito trabalhoso.
Devia tentar plantar uma árvore, ela com certeza vai ter mais sucesso que um livro. E é mais fácil de cuidar.
Hoje tenho poucos lugares onde poderia ir para alimentar minha mente. Um deles seria guarulhos, lembro que ali havia uma mente realmente interessante faz uns anos.
Conversamos bastante, criamos um laço. E ela gostava de desenhar.
Quando vier aqui vou te buscar no aeroporto, pular em você e te levar pra transar a noite toda no motel aqui perto ela disse.
Meu peitos estão grandes, deve ser a pílula, ela disse. Quis desenha-la. Rabiscar suas curvas, o aro de seus óculos, seus cachos cheios turquesa, seus seios inchados, mãos de quem sempre digitou muito do seu lado a garrafa de cerveja e um cigarro nos lábios. Talvez mais desenho com ela se abrindo e me chamando enquanto eu fico mais rígido que meu lápis 6B.
Devia ir pra guarulhos, passar uma note ou duas desenhando com ela e depois pegar um avião e voltar para essa vida monótona e cruel.
S. , você ainda gosta de desenhar?

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Sempre, desde que me lembro


nunca fui alguém por mim mesmo. Era sempre um reflexo irregular e incompleto daquilo que me cercava.
Um camaleão que provinha sua escrita e trejeitos do que sempre me fora mais próximo, os livros que lia, filmes, revistas(Não aquelas de opinião porque mesmo sem me conhecer, preferia não comprar as opiniões que eram vendidas na mídia.).
Hoje dormi novamente sozinho, como na noite anterior e a que essa precedeu. Acordei na hora que o despertador tocou, podia ter me endireitado, mas tudo que queria era voltar a dormir. Mais uma vez e pra sempre. Abri o livro da vez, um de poemas, pensei nos cachos de uma menina, não minha menina nunca tive uma com cachos, mas eram belos cachos. Acho que me apaixonei pelo seu cabelo e o cérebro que eles envolviam. Uma parte de um texto me chamou atenção.
"e se você tiver a capacidade de amar ame primeiro a si mesmo"
Tive certeza que nunca fora capaz de amar. Todo esse tempo só procurei paz. Aquela paz indisciplinada e monótona de quem reza aos deuses pra ser subjugado e entrar nas formas de quem lhe deseja. Sou um rebelde, odeio ter essa alma livre tão presa aos martírios de um convívio social pré determinado.
Nunca mais quis dormir na nossa cama. Ela mantém seu cheiro e minhas lembranças afloram. Perdi minha cama quando você chegou e nunca mais ela será minha. Mas virou um bom baú pros meus livros e revistas não sociais.
Gostaria de saber de onde vou alimentar meu cérebro agora. Tive certeza que sempre fui só palavras e agora sinto fome