quarta-feira, 3 de novembro de 2010

De um coração apertado...


Meus olhos se enchem de água, me sinto sozinho sem você, como se a outra metade do meu copo evaporasse e nem mesmo as lágrimas pudesse enchê-lo novamente. 
Você me faz bem, fico feliz ao teu lado, quero dar-te a mão e seguir assim, feliz, bem. 
Mas meus olhos continuam a se encher de água, continuo a tentar te dar a mão e ela me parece impalpável. Posso te cheirar, sinto tua presença mesmo longe, e quando bem próximo sinto até o gosto da tua alma, mas como de praxe não lhe posso ter. 
Quando mais me parece que finalmente deleitar-me-ei com teus abraços, teus toques. 
Fico sozinho novamente sem saber como agir. 
Então escrevo. 
Escrevo sobre o quanto lhe quero, sobre quanto quero chorar, sobre não saber o que fazer, sobre ser feliz novamente...

domingo, 17 de outubro de 2010

Phase -01 (em uma madrugada de insônia.)

Então é assim que tudo ia terminar.
Parando para pensar, minha vida foi um merda.
Qual foi meu ápice, aquele dia em que fiquei por horas transando e os multiplos orgasmos?
Grande merda, isso sim.
Agora estou aqui, presa no apartamente de algum psicopata sem saber oque vem depois.
Oque ele vai fazer comigo?
Será que vai pedir um resgaste?
Ou será que é só mais um querendo se divertir com meu corpo?
Idiota!
Podia simplesmente ter pagado uma bebida, uma boa conversa, algumas ligações e em uma semana eu estaria gemendo igual uma cadela na sua cama.
Mas não.
Estou aqui dopada, com alguma porra que não me deixa mecher nem um musculo.
Só pensando.
E puta que pariu como isso se torna entediante depois de algumas horas.
Revirei meus olhos por todo o lugar e tudo que deu pra ver foi que essa porra tá escura pra cacete.
Mais nada.
Quem dera estivesse amarrada em uma cadeira igual eles fazem nos filmes americanos.
 Pelo menos ia gastar meu tempo tentando me soltar ou coisa assim.
Mas não.
Estou aqui presa dentro de mim mesma...

domingo, 26 de setembro de 2010

De um travesseiro que não fez seu papel...

Hoje é dia de Cosme e Damião. Dia de dar e ganhar doce, um dia feliz por si só. Então porque boto minha cabeça no travesseiro e não consigo dormir? Porque ela pesa tanto? Porque quando paro pra pensar sinto que não tenho nada?

Há quase dois meses que não paro. Não paro de rir, de brincar, de cantar garotas, de sentir cada situação como se fosse a ultima. Mas hoje me fizeram parar. Parei, sentei e esperei em um lugar que me levou até você. Ou talvez você não tenha saído de lá, apenas eu fazia questão de não parar e assim passar sem te ver. Ficar sentado esperando na área de sapatos daquela loja de roupas. Como não lembrar? Como não ter você assim tão próxima?

Engraçado olhar um idiota andando pelo shopping com uma camisa preta, um perfume particular, e uma coroa do BK na cabeça. Parar pra lanchar, que casual. Seria se não fossem as pequenas coisas. Uma dica de como ter seu refrigerante posto na hora, Ou como ter o sanduíche quentinho. Uma lembrança que não cala. Uma falta que não para de gritar.

Sentado naquela loja foi impossível não parar para pensar. Um momento meu qual refleti sobre minha vida hoje e minha constante busca de centralidade interior. Em como procuro equilíbrio nas pessoas a minha volta, sendo que nada novo me é oferecido, sendo que você já me mostrou tudo que eles pensam em oferecer. Perdi meu “Ego” quando te perdi. E hoje percebo que não é fácil misturar o “Super Ego” e o “Id” ofertados por outras pessoas e me reformar, reconstruir a partir disso. Bem que Gostaria.

Saudade que quando as coisas eram mais fáceis e no dia 27 de setembro eu só pensava em que horas acordar pra pegar doce.

Hoje penso em pegar uma sacola e deixar com um amigo as suas coisas. Sendo que não consigo mais olhar pra você. Não consigo olhar pra ti com essa felicidade instantânea, simplesmente porque eu não tenho nada haver com ela. Pensei em escrever uma carta ao meu punho e botar dentro da sacola com suas coisas. Cheguei a imaginar você abrindo a sacola e vendo uma carta...

“Oi amor, saudades de você.

Eu sei que não temos nos falado muito ultimamente. Eu tenho andado enrolado com a vida acadêmica e você com o casamento. Claro que dá pra ver que to ignorando abertamente o fato de você ter parado de falar comigo depois que te mandei tomar no cú nos corredores da UERJ. Sabe, sinceramente acho que foi a melhor coisa que fiz nos últimos tempos.Verdade que você paro de falar comigo. Mas nós sabemos que eu não estava, nem estou ainda, pronto pra ser simplesmente seu amigo, sem falar que tava cansado de fingir felicidade por você enquanto realmente eu só queria que você me falasse que era tudo brincadeira, ou mesmo que seu noivo caísse de moto e batesse a cabeça. Adeus problemas. Infelizmente nada na vida vem tão fácil.
Eu sei que posso e devo estar perdendo muito deixando de falar com você. Não é a primeira vez que deixo de falar com alguém por gostar dela. Sinceramente não se comparava nem um pouco ao que eu senti por você. Mas prefiro isso a ficar sofrendo calado ao seu lado.
Te amei, e ainda te amo. Mesmo você indo se casar. Como a vida é engraçada.


Saudades que só tendem a crescer.
Gabriel .”

Finalmente posso admitir: Eu estou cansado. Cansado de não parar, cansado de ignorar, muito cansado de saber que estou perdido. E saber que dentro de mim não há nada que eu posso usar pra me encontrar. Por isso não posso parar. Não posso parar de procurar até encontrar alguma coisa que realmente faça sentido, algo que realmente exista dentro de mim, não apenas passe pela vida. Gostaria de saber quantas pessoas eu poderia machucar se falasse sem pensar, muitos amigos iam sofrer com isso.Tenho medo de relaxar e não conseguir achar nada mais, nunca mais...

“If I could start again, a million miles away, I will keep myself, I would find a way.”

Se eu pudesse começar de novo A milhões de milhas daqui Eu poderia me encontrar Eu acharia um caminho. Mas se eu parar como vou saber que me encontrei?

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

palavras vagas do menestrel a princesa...

–Do que eu me lembro? Lembro de quase tudo que vivi. Mas se me questiona sobre um momento em especial, algo que não sai da minha cabeça. Melhor sentar-te, pois há de ser longa essa história. –

Lembro-me muito bem do momento que a vi pela primeira vez, sua voz hipnotizante, doce, suave como um bom vinho. Nesse momento sua voz adentrou em minha mente e se fez presente eternamente. Dominou meus sentidos, levando-me a um universo vazio onde apenas sua voz ecoava para todo o sempre, sem nenhuma interferência. Perfeita, eternamente perfeita. O teu sorriso, um sorriso de menina, que demonstra toda felicidade que seus poucos anos armazenaram, pois quando teus lábios se contraem para formar esse sorriso de beleza derradeira, meu olhos ficam cegos em tamanho estupor e nada mais pode deter minha atenção...

terça-feira, 31 de agosto de 2010

A um Jequitibá. ;D

Dir-me-ei, oh deusa detentora de conhecimento e sabedoria. Como eu, pobre dentre suas tão aclamadas posses, poderia mergulhar-me no mais denso de teus córregos, e sobreviver?


Vinde a mim com uma adocicada voz. Fala mansa, despreocupada. Uma voz doce com certo azedume que traz teu habitual veneno. Olho-te enquanto fala, sinto o cheiro levemente amargo das palavras que saem de tua boca. Vejo teu veneno, se espalhar e a muitos instantaneamente enfeitiçar. Quando esse cheiro de falsa doçura chega a mim, me enlouquece. Tendes um efeito avassalador. Sinto uma ânsia de beber-te. Bebericar pouco a pouco da fonte de tão perfeito malefício.

Finalmente provo desse tão doce e amargurado veneno. E se me for permitida a mais absoluta sinceridade. És doce, frágil, de sabor inconstante, mas qual não realmente muda adapta-se aos pequenos percalços e resistências mundanas. Vens. Beija-me novamente, adoça meu paladar com essa sua imensurável doçura incompreendida. A ti, eu entendo. Recriminada eternamente sem ao menos poder se defender aquém daquilo que te repreendem. Vindes a mim que te darei colo, e afagarei tua nuca enquanto tentas inutilmente envenenar-me. Vem e mata-me se for capaz. Porém se não o fores, cuidado. Não és o único ser venenoso desse jardim.


                           Biel, olhando descompromissadamente a um Jequitibá.

ps: "Vai deixar eu ficar me matando aos pouco por tua causa?"

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Fala do meu Menestrel apaixonado... 24/08/2010

-Eu quero um amor, por menor que seja. Talvez algo que caiba no meu bolso, para que possa andar pelas ruas a qualquer hora, sempre contigo perto de mim. Vou te carregar em retratos, presentes, nas minúcias que não largo, e sempre no meu pensamento. Vou afagar-te a cada momento no meu peito. Porque te quero e te desejo. Se meu amor fosse uma flor, o carinho que te dedico seria a água que toda flor precisa pra crescer, e o meu coração o mais fértil dos terrenos...

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

De um caderno perdido no armário, e uma página virada sem data...

Deusa morte

Me enches os olhos d'água
Enfoco o desejo em um espelho concavo,
me perco,
e no caminho encontro a perdição.

Um ponto fixo no além infinito,
motiva-me,
a dar as costas e seguir o caminho.
Desconhecido imprevisível.

Mata-me.
Faz me rir com essa simplicidade.
Ridícula,
mas sufoco rindo sob o travesseiro.

A luz que me guia e incomoda,
um passo
As pernas não se movem,
não há espaço.

Lentamente a terra cobre a luz...


Gabriel Melo

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Reflexão a tristeza...

Quando a noite vem um vazio aflora no meu peito, e eu vejo a falta que aquilo que perdi me faz. Um momento de sofrimento derradeiro qual você tenta camuflar de maneiras paliativas, fracas, inconstantes. A falta bate forte no seu coração e teus olhos se enchem d’água. Dor...


Tudo tem um fim. Essa é nossa única certeza desde que nascemos, vai haver um fim. As virgindades se perdem, corações se partem, prédios caem, amigos se mudam, nossos livros não vendem, nossa árvore seca, nossos filhos crescem, nossos pais morrem. Sabemos disso, sabemos que vivemos em um mundo feio, mas quando uma dessas coisas que sabemos que um dia vai acontecer realmente acontece sofremos.

Por mais que venham as decepções os momentos de amargura, a tristeza na sua forma mais pura. Erguemos a cabeça e nos mostramos fortes para afastar quem cogita se envolver. Queremos ajuda desesperadamente, mas não a aceitamos quando nos é oferecida.

Preferimos ficar só e quem sabe desabafar noites adentro em uma folha em branco, deixando as lágrimas escorrerem, abrindo o fundo do seu coração, deixando a amargura sair simplesmente desabafando e deixando o vento secar seus olhos...

E quando nada mais adianta? Quando as palavras que deveriam aliviar seu peito o fazem pesar ainda mais? Quando não quer fazer nada além de dormir e ao mesmo tempo ficar na cama te entedia? Quando passar tempo consigo mesmo dói... e muito...

Minha tristeza me consome e draga pouco a pouco minha essência, bebe do poço que irriga minha vida deixando-o cara vez mais vazio... e fico sozinho, mesmo sabendo que não há como ir a lugar algum assim...

Ainda ando sozinho...

Gabriel Melo

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Uma brincadeira e tanto...

Uma sátira à anedota que a felicidade te faz.



- Olá, Sabe quem sou?-

E prontamente você balança negativamente a cabeça.

-Ora, mas como não se lembra de mim? Não fui sempre eu quem você perseguiu por toda vida? Pois bem agora estou aqui de fronte para ti. -

E você olha com um olhar incrédulo e espantado. Para uma criatura semi divina.

-Que foi? Não há de fazer nada agora que me ofereço na sua frente? Não vê como minha pele é macia? Como meus seios são fartos? Como minhas curvas são maravilhosas? De todos os homens estou agora somente na sua frente. Venha e prove um pouco daquilo que tanto sonhou. -

E você vai, se entrega, consome total e plenamente a tudo. Ao satisfazer-se olha no fundo de teus olhos e lhe questiona qual o seu nome, e como sabe que era exatamente ela que buscava em toda sua vida.

- Vai realmente se preocupar com meu nome? Um dia você vai descobri-lo, enquanto isso venha e vamos nos divertir mais. -

E tudo que você tem é essa necessidade crescente de aproveitar cada segundo, cada particularidade dos momentos, tão perfeitos, únicos. Mas no seu intimo está lá aquela pergunta que não se cala. E vai crescendo e consumindo e desgastando você.

-O que foi? Porque anda tão longe atualmente? Você não gosta mais de ficar ao meu lado? Porque sua mente ta tão nublada nos últimos dias? Não mais tem interesse por mim, não te agrado mais?-

E você se encontra ali deitado, repleto de dúvidas criadas pela constante falta de informações. Olhando para aquela divindade bem ali do seu lado e a milhares de palavras de distância. Toda sua, mas sem que você consiga alcançá-la.

-Você é simplesmente um idiota! Não te entendo, não quero mais nada com você. Devia crescer largar de ser uma criança insegura. Tchau, até quem sabe um dia, quando você deixar de ser uma criança. -

E você fica ali, parado ao meio de uma infinidade de pessoas olhando a mais perfeita de todas as criaturas ir embora da sua vida, sem que você tenha argumentos para convencê-la a ficar. Quando percebe ao seu lado uma sombra familiar que sempre esteve ali junto de ti. Aquela escuridão familiar te acolhe em teu seio.

-Ah finalmente está de volta ao meu lado. Demoraste muito nos braços daquela desconhecida. Ainda quer saber quem era ela não é minha criança? Pois bem te digo. Aquela era a Felicidade, na sua forma mais pura e plena. Provavelmente há de cruzar com ela novamente, mas ela há de ter outra forma não tão completa. Mas venha cá aos braços da mãe Solidão que nunca te abandonou nem fugiu por não te entender. -

E você fica parado no conhecido... ou corre atrás de quem te faz bem?



Gabriel Melo

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Um conto do navio.

Faço parte da terceira geração de piratas nesse navio. Meu pai é o atual capitão do SSV. Seu nome é Gabriel Melo, mas se fazia chamar por Capitão Scharlaken. Bem que ninguém mais que sua pequena tripulação de nove pessoas o chama assim. Ainda mais dês de que o SSV encalhou em águas rasas no mês passado e fomos obrigados a esperar até a próxima maré para partimos. Esse mês tornou minha vida como escrivão muito entediante. Então decidi falar sobre a Era de ouro do SSV.

Essa parte da historia se passou há muitos anos atrás e só posso contá-la hoje agradecendo a ótima memória que nosso ouderling Alucard tem. Ela se passa antes de meu pai ganhar o SSV em uma, até hoje contestada, mão de pôquer do antigo capitão Arnaldo Zoon Van De Duivel. Em uma época onde trazer mulheres a bordo ainda era considerado um sinal de azar. Assim o SSV era considerado o navio mais azarado de todo o atlântico. O próprio capitão levava a bordo não somente sua esposa, Carolina Sterk, como a irmã mais nova, hoje chamada por muitos de senhora Beatriz a Zuiver. Mas que na época não passava de uma garotinha agarrada à barra do, sobretudo de seu irmão. Ainda assim havia mais e muita mais, Patrícia de Witte foi uma das, mas faladas na sua época, destemida e de uma perícia com a lâmina de se invejar por muitos homens. O resto da tripulação era composta por Siegel e Webh uma dupla de alemães, Alcides o navegador e Arthur Leverancier.

Voltando a historia em si, o SSV era o navio mais azarado de todo o atlântico e isso os fez entrar no caminho de muitas pessoas que nem mesmo o barda ruiva ou negra gostariam de ter conhecido. O Velho Alucard me contou de uma vez em que foram perseguidos por toda a esquadra brasileira pela costa, isso durou uns 6 meses, já que o SSV não parecia fazer questão de andar e menos ainda os perseguidores brasileños principalmente os da região de porto seguro. Seis meses podendo ser atacado a qualquer hora sem ter certeza se os atacantes iriam abordar durante o sono, ou em pleno sol. Isso sim devia ser um pirata, a emoção de ser caçado pelas autoridades, muito diferente de ficar aqui sentado nessa cabine fétida escrevendo sobre como não fazemos nada todo o dia esperando a maré alta chegar. Gostaria de ter vivido na era de ouro do SSV, onde todos sabiam o que era emoção de verdade. E a outra vez em que eles lutaram sozinhos contra um exercito inteiro de cavaleiros de Hades nas ilhas gregas. Cada um matou milhares para continuar vivo. Sinto muita inveja deles, dessa época em geral. Gostaria que Mais aventuras como aquelas fossem possíveis hoje em dia. Deixo aqui meu escrito do dia.

PS: Novamente um dos nossos porcos sumiu, será que algum animal da selva o pegou? Ainda me pergunto que símbolos estranhos são aqueles sobre a montanha no centro da ilha. São tão brilhantes e chamam tanta atenção, queria que me pai tivesse me colocado na expedição de desbravamento que foi analisar a ilha, estranho que eles não tenham voltado ainda. Será que aconteceu algo com o Siegel? Espero poder fazer mais pra ajudar meu pai em breve.

Gabriel Melo II

29 de junho de 1810

domingo, 11 de julho de 2010

Duas e dezessete da manhã de uma madrugada de domingo para segunda

Quisera eu poder desistir assim tão facilmente.
Gostaria de poder abandonar aquilo que tanto me aflige aquilo que deposito esperanças e não encontro retorno algum.
Gostaria de poder parar de sacrificar minha vida, meu orgulho, meu amor desta maneira.
Mas estranhamente ainda o faço e hei de continuar fazendo-o.
És mais forte, mas poderoso que o poder de minha mente alcança.
Bebes diretamente de minha alma e assim me torna mais inumando a cada palavra, sentença, a cada pontuação.
Há momentos que sua força é tamanha que não passo de uma sombra tangível vagando sem rumo no mundo os vivos e existem momentos como esse que sou tão humano e tão capaz de ser atingido nesse mundo como qualquer outro e nada mais seria tão interessante como ser uma sombra próxima ao nada.
Matas-me aos poucos porque assim há de ser, és seu desejo como o meu é em horas oportunas. Mas não só de momentos oportunos se faz a vida, assim cada dia pode ser o último, cada palavra pode ser a última, cada texto pode ser o último antes que mais nada escrever novamente.
Não nesse mundo...

sábado, 10 de julho de 2010

De ‎sexta-feira, ‎12‎ de ‎março‎ de ‎2010, ‏‎00:40:18

Fitava-a, e ela e devolvia o olhar com a mesma intensidade. Reparava cada detalhe de seu ser como se o tempo me tivesse sido parado e nada mais importasse. Reparei em sua alva pele, levemente irritada pelo sol. Seus olhos se fechavam para melhor enxergar na luz do meio dia e assim contraindo toda sua feição. Havia ali presente a todo o momento o vento que levava seus cabelos comprometidamente sem rumo algum. Loiros, brilhantes quase cegantes ao sol, mas belos, de uma beleza inexplicável, quase sobrenatural. Olhava-a até que finalmente o tempo pareceu passar e eu entrei no seu enfoque. E ela disse palavras que me tiraram instantaneamente de meu transe.
– Gab, quanto tempo. 
Senti a pressão do toque de sua mão por sobre minha camisa. Movendo-se lentamente, até me prender entre seus braços. Muitas eram as sensações simultâneas, a pele macia de seu rosto tocando por um instante meu pescoço e finalmente descansando por sobre meu ombro direito. Havia o toque de seus cabelos, com um perfume frágil de pêssego, camuflados quase que completamente pelo cheiro de protetor solar recém passado que era exalado de toda sua pele. A mesma qual se mostrava com uma textura extenuante e se irritava pelo toque de minha barba mal feita. Pequenos arranhões quais faziam o cheiro do protetor se tornar mais vívido que nunca. É como se a eternidade não fosse tempo bastante para ficar ali simplesmente devorando-a com meus sentidos. Mas finalmente após várias centenas de décadas senti a pressão de suas mãos diminuírem. Era chegada finalmente à hora de libertá-la mesmo que não fosse meu desejo.
– Sim, muito tempo...

terça-feira, 11 de maio de 2010

Em aberto de sábado, ‎26‎ de ‎setembro‎ de ‎2009, ‏‎03:54:14

Essa historia de "Eu queria escrever, mas não sabia por onde começar" já me deu no saco. Se a pessoa tem algo a escrever ela escreve e pronto. Bem verdade que é mais facil ir pro bar com os amigos e deixar "aquiilo" que deveria ser escrito de lado, talvez até comentado depois da terceira cerveja.


Bem o problema de querer escrever é que o foco original do assunto tem a leve tendência de se perder depois que se começa a digitar. São tantas coisas pra comentar, dizer, questionar. E a emoção de imaginar; outras pessoas sabendo sobre isso, mesmo que já saibam, mesmo que elas tenha te dito. Mas saber que alguem está lendo o que você escreve, entrando na sua mente fazendo um contato onde as conciência se unificam mesmo por um segundo, não apenas informação compartilhada. Algo mais.

Algo como dizer a um amigo distante sobre uma paixão de bar, qual vc não tem certeza que vai ver novamente. Sabe compartilhar a esperança de ve-la novamente, de saber qual será o fim da historia que você conta, mesmo que você mesmo não a saiba.

Algo como estar as 3 horas da manhã escrevendo um texto, sobre estar escrevendo um texto, sobre dizer a um amigo sobre uma paixão de um bar, qual você não tem certeza que vai encontrar, e se ela vai reagir, ou como irá reagir, principalmente porque você está imaginando se ela por acaso vai ler o seu texto que fala sobre como dizer a um amigo sobre uma paixão de um bar, mesmo sem ter certeza se você irá encontra-la você imagina qual vai ser a reação de ve-la novamente e se ela irá falar com você, e após dizer isso ao seu amigo você se pergunta sobre o fluxo de continuidade temporal e se isso será empecílio para que você encontre a paixão que tanto você imagina encontrar.

Outro grande problema quando você quer escrever é o fluxo espaço-temporal porque aquilo que você levou dias pra pensar e refletir tende a ser lido em 5 minutos, isso se a pessoa qual você escolheu pra compartilhar o intímo do seu pensamento não desistir de ler aquilo que você levou horas escrevendo depois dos primeiros 5 segundos.

A verdade é que mesmo com os empecílios, com os problemas que isso possa vir a te causar. Você acaba começando a escrever ao invés de ir ao bar tomas umas cervejas com uns amigos ou mesmo no meio daquela aula chata onde a professora acha realmente importante discutir a sexualidade contra a moral. Você pode deixar de passar nessa matéria ou pior deixar de escrever um texto onde você ce imagina contando a um amigo distante sobre uma paixão no bar.

Isso me leva a pensar se e realmente assino esse texto com meu nome, ou uso um pseudônimo, até mesmo rescreve-lo na 3ª pessoa e depois usar um pseudônimo. Eu simplesmente podia não divulga-lo, desistir de expor meus pensamentos e sentimentos até porque dúvido que vc que está lendo isso agora sinta algo quando lê isso, isso se realmente alguem tenha passado mais que 5 segundos lendo esse texto, mas imaginar que sim me faz continuar.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Texto de ‎terça-feira, ‎27‎ de ‎outubro‎ de ‎2009, ‏‎23:28:45

E o que acontece quando sua personalidade se distorce dentro e um turbilhão de emoções? uma montanha-russa, onde vc não sabe quando desce ou sobe?


Hoje eu vejo que não me é aconselhavel escrever depois de beber, bem ao menos não publicar aquilo que escrevi, ou mesmo agora penso em apagar o que escrevi e mandei, será que tem uma maneira de interceptar uma menssagem mandada a horas atraz?! poderia apenas mentir descaradamente. inventar uma historia que desse lógica a insanidade que eu escrevi, melhor dizendo AS insanidades. Torcer que pra mais uma vez a minha habilidade de manipular as pessoas me salve da condição que meu coração me colocou, Fraco, voluptil, manipulável.

Então como o que antes mudava a opinião das pessoas hoje se senta diante da sorte, esperando pelo que o destino lhe traz. E quando o destino nos vem de má fé, trazendo de péssimas novas em suas linhas. E ainda sim vc se mantem sentado esperando que o vento pare, aguardando que tudo volte ao seu lugar, sem entender que agora é que as coisas estão realamente no seu lugar.

Distorcidas da sua memória, ou seria sua memória distorcida da realidade? Será que tudo que você e lembra era exatamante do jeito que você se lembra? A sua verdade era incontestável ou apenas mais uma verdade dentre muitas outras que definiam o mundo como ele deveria ser? Por que tantas perguntas retôricas se vc sabe de todas as respostas? Por que se questiona se es feliz por saber das coisas ou se feliz é o ignorante que da nada sabe e apenas faz o que lhe é dito a fazer?

Essas respostas, talvez se copiladas nos deixassem mais perto do sentido da vida. Talvez apenas nos desviassem do derradeiro caminho a ser seguido. Mas isso é demasiado pessoal. Pessoalmente nada que será dito aki deve influênciar a vida de mais alguem além daquele a escreve. Dito isso devo lembrar que sempre há exceções. Talvez uma ou outra pessoa sinta empatia pela situação descrita a cima, se você se enquadra nelas, considere-se uma anomalia as estatísticas previstas ao esquever isso. E por ser uma anomalia e sendo assim você pode simplesmente ser excluido dos dados, ou contaminar toda a experiência, o que seria estranho nesse caso em particular, pois falamos de uma experiência de vida.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Quem liga paras infinitas Terras??

Há crise. A todo o momento, algo ou alguém, entra em crise e se perde no estupor da situação. Se deixa levar pela necessidade de destruição que se encontra na crise e ignora a essência dela. A mais sublime habilidade de recriação, de criação em si eu diria. Criar algo de onde antes apenas vazio existia. Começar novamente com intuito diferente algo que antes fora até enfadonho.


“Mas a crise é algo bom.” Me disse uma vez um professor. Palavras que me fizeram pensar por dias. Como poderia ser boa a mais destruidora das criações humanas? Hoje tudo faz um sentido avassalador. A necessidade das pequenas escolhas diárias perde sua lógica em tempos de crise. Você faz grandes escolhas, escolhas enormes, que definirão se você vai continuar sendo você mesmo, e a crise vai ter só uma característica destruidora, ou se você vai mudar junto dela, e criar um novo universo de particularidades proeminentes de sua mudança.

Há uma predisposição para negar as crises constantes que vemos no nosso dia-a-dia. Crises nos super mercados, crises do capitalismo, crises emocionais, crise na reformulação das revistas em quadrinhos. Sempre que há uma mudança de panorama temos o hábito de chamar de crise e apontar a mesma como algo negativo. Quando vemos coisas boas acontecendo chamamos de: crescimento, evolução. Por que ignoramos a crise nesses momentos quais explicariam sua essência com mais proeminência?

A crise deve ser vivida. Não negada, menos ainda ignorada. Devemos aproveitar a crise. Termos crises diárias, a toda hora, umas 6 por minuto se possível. Uma crise bem aproveitada lhe deixa em um estado de felicidade inexplicável quando termina. Imagine, o corpo da pessoa amada junto ao teu, o perfume se espalhando, o calor cada vez maior, até que o êxtase total e ao mesmo tempo. O prazer de usufruir de maneira adequada a uma crise se assemelha bastante a isso.

Que venham as crises. Estaremos aqui de peito aberto a esperar por elas. Que as infinitas terras caiam, ou identidades se destruam, mesmo que uma crise autodenominada final venha. Sabemos que uma conseqüência há de existir e podemos ser objetos dessa ação ou objetivar a mesma.

domingo, 25 de abril de 2010

Temores doutro mundo (2)

A morte é o derradeiro fim. Mas e se mesmo após o Fim a matéria continuar a aprisionar minha essência? Como seria estar morto e ao mesmo tempo preso a vida de todos quais lhe foram importantes? Até mesmo observar sua própria decomposição.


É tão leve, tão simples não ter mais um corpo. Finalmente entender o que significa a força do pensamento. E ela é uma via de mão dupla. É tão fácil fazer as coisas quando nelas penso. Mas ao mesmo tempo difícil controlar aquilo que penso e não quero fazer.

Mas o pensamento é mais forte e mais influente quando vêm de outra pessoa. Uma dessas pessoas qual você deixou para traz. Quando minha mãe pensa em mim, instantaneamente me materializo ao seu lado para ver seu pranto. Em seguida, sou transportado ao lado de um dos meus irmãos que se lembra de mim enquanto pede minha cerveja favorita e percebe que não vou bebê-la ao seu lado. Novamente movo-me ao local onde uma criança ao olhar uma foto antiga questiona-se a mãe quem é essa pessoa. Lágrimas rolam.

E quando ninguém mais pensa na minha antiga existência, eu retorno a minha carne pútrida. Vejo a degeneração do que outrora foi algo. Ver minha carne sendo decomposta por vermes e criando vida em escalas que nunca havia imaginado poder criar. Deixar de me alimentar da terra para virar seu alimento.

O tempo perde a sua lógica. Não sou mais lembrado com a mesma freqüência pelos que me foram queridos. Minha mãe não mais me clama aos prantos, meus amigos não tem mais tempo de parar no nosso bar, aquela criança cresceu sem me conhecer.

sábado, 24 de abril de 2010

Temores doutro mundo

Há muito tempo sonhei com a possibilidade de futuro que mais medo me causou até o presente momento. Sonho qual me fez acordar pálido e sem fala. Inebriou minha mente por dias a finco. Finalmente tomo coragem para transcrevê-lo, não que seja o melhor momento para tal, mas finalmente algo se tornou mais temeroso em minha mente que esse futuro.

O sol queimava enquanto andava do ponto de ônibus até minha casa. Cozinhava dentro do paletó, o calor era insuportável, mas faltava tão pouco para vê-la novamente. Finalmente chegara ao portão e o abria. Um rangido seco, de falta de óleo nas dobradiças, foi o que lhe chamou atenção. Ela estava ali, agachada colhendo morangos na nossa horta, quando levantou repentinamente e correu em minha direção. Levantei-a e abracei com toda a força que consegui reunir. Meu amor era tamanho e a falta que sentia era tanta que não consegui conter as lágrimas. Seus cachos ao vento, sua pele alva, sua fita amarela no cabelo. Era tamanha a perfeição que a dor voltava sempre que a via. E dela nada conseguia eu esconder, ela sabia que a sua importância pra mim era e sempre seria tamanha. E de maneira tão especial.

-Então meu amor, me fala como foi seu dia. Como foram as aulas de kendo?
-Foi tudo bem, pai. Aprendi um novo golpe e o sensei disse que to quase merecendo a segunda katana.
- E a escola minha pequena?
-Tudo tranqüilo, não teve nada demais. Vamos fazer o jantar?
-Vamos sim. Já sabe o que quer comer?
-Lasanha!
-Então vai ser lasanha.
-Você me lembra tanto sua mãe. Ela adorava lasanha.
-Eu sei papai, você sempre me fala quanto minha mãe era perfeita. E pra ser perfeita tem que gostar de lasanha.
-Verdade. Agora desce que você ta ficando pesada Sara.

A vi correndo na minha frente, no seu vestido branco, seus cabelos bagunçados. Tenho tanto orgulho da força que você tem minha pequena. Sem você não sei como seria viver, sabendo que perdi o grande amor da minha vida, se não houvesse você pra preencher o vazio no meu coração. Provavelmente não haveria um eu hoje. Teria me perdido a muito. Te amo tanto minha pequena.

domingo, 7 de março de 2010

Expectativas

Expectativas. Qual é a margem segura para criar uma? Como podemos planejar o que queremos ao lado de alguém, sem se deixar levar?

Nos últimos 12 meses eu criei muitas expectativas sobre uma pessoa e acho que sobre carreguei ela em algum momento. Claro que um ano é bastante tempo para você dedicar-se totalmente a uma coisa. E talvez esse tenha sido o maior erro de toda minha vida até esse momento.


Perdi-me, me deixei levar por momentos e sensações que me eram tão boas. Tão simples, mas tão reais, importantes, sinceras que conseguiram persuadir meu coração a conviver com elas. Originalmente admito que não procurava por nada nem ao menos próximo disso. E ao mesmo tempo devo confessar que busquei por isso toda a minha vida, mas sem coragem de expor. Nunca tentei encontrar alguém igual a mim, mas apenas uma pessoa que fizesse peso no meu coração, e aceitasse ficar ao meu lado, sem querer me mudar, ou moldar minha mente a padrões sociais.


E inicialmente, quando Ela se mostrou assim, eu achei, eu realmente queria acreditar que era Ela que tinha amado toda minha vida sem saber. Que seria perfeito nosso futuro juntos. Nada mais que a maior queda de todas, também pudera foi o vôo mais alto de toda minha vida. Mas antes da certeza da queda houve a duvida da ascensão, e a infeliz presença da estagnação. Por muito tempo me enganei, e continuaria a me enganar até hoje se assim me fosse permitido, menti a mim sobre sonhos de futuros gloriosos e formar família ao seu lado, e de uma maneira que hoje vejo quão doentia era tentei inutilmente lhe fazer ver como esses sonhos poderiam ser felizes.


Então, a paixão nasceu por alguém que buscava a mesma afirmação que eu. Meus olhos brilhavam toda vez que viam a maldade que ela tinha por descarregar no mundo. Alguém que me inspirou, e fez o tempo que passei ao seu lado ser excepcional, ensinando-me muito sobre muitas coisas.


E vendo que não, mas perdurava a paixão, ou a certeza inicial era tão certa agora. Tudo que me restara eram as afirmativas que lhe fizera. Que poderíamos ser felizes pra sempre juntos se assim você deseja-se. Mas sempre que um sonho meu escutava sua vós vacilava. E cada dia que passava eu sentia dentro de mim o fim derradeiro chegar, mas me negava a acreditar nisso. E ainda tentava com todas minhas forças lhe persuadir a algo diferente.


Esses últimos 12 meses foram únicos. Entregar meu coração, meu espírito a alguém que julguei merecer foi sensacional, enquanto esses foram bem cuidados. Mas sempre há de chegar uma hora onde nenhuma súplica faz mais efeito e um vácuo se faz em nossas mentes fazendo incapaz de som, de esperança ou dor, chegar a nossos ouvidos. Por amar cada segundo deste ano ele será sempre memorável e inesquecível. Mas há de ter um fim e nosso ano se foi para nunca mais voltar.