Dir-me-ei, oh deusa detentora de conhecimento e sabedoria. Como eu, pobre dentre suas tão aclamadas posses, poderia mergulhar-me no mais denso de teus córregos, e sobreviver?
Vinde a mim com uma adocicada voz. Fala mansa, despreocupada. Uma voz doce com certo azedume que traz teu habitual veneno. Olho-te enquanto fala, sinto o cheiro levemente amargo das palavras que saem de tua boca. Vejo teu veneno, se espalhar e a muitos instantaneamente enfeitiçar. Quando esse cheiro de falsa doçura chega a mim, me enlouquece. Tendes um efeito avassalador. Sinto uma ânsia de beber-te. Bebericar pouco a pouco da fonte de tão perfeito malefício.
Finalmente provo desse tão doce e amargurado veneno. E se me for permitida a mais absoluta sinceridade. És doce, frágil, de sabor inconstante, mas qual não realmente muda adapta-se aos pequenos percalços e resistências mundanas. Vens. Beija-me novamente, adoça meu paladar com essa sua imensurável doçura incompreendida. A ti, eu entendo. Recriminada eternamente sem ao menos poder se defender aquém daquilo que te repreendem. Vindes a mim que te darei colo, e afagarei tua nuca enquanto tentas inutilmente envenenar-me. Vem e mata-me se for capaz. Porém se não o fores, cuidado. Não és o único ser venenoso desse jardim.
Biel, olhando descompromissadamente a um Jequitibá.
ps: "Vai deixar eu ficar me matando aos pouco por tua causa?"
terça-feira, 31 de agosto de 2010
terça-feira, 24 de agosto de 2010
Fala do meu Menestrel apaixonado... 24/08/2010
-Eu quero um amor, por menor que seja. Talvez algo que caiba no meu bolso, para que possa andar pelas ruas a qualquer hora, sempre contigo perto de mim. Vou te carregar em retratos, presentes, nas minúcias que não largo, e sempre no meu pensamento. Vou afagar-te a cada momento no meu peito. Porque te quero e te desejo. Se meu amor fosse uma flor, o carinho que te dedico seria a água que toda flor precisa pra crescer, e o meu coração o mais fértil dos terrenos...
quinta-feira, 12 de agosto de 2010
De um caderno perdido no armário, e uma página virada sem data...
Deusa morte
Me enches os olhos d'água
Enfoco o desejo em um espelho concavo,
me perco,
e no caminho encontro a perdição.
Um ponto fixo no além infinito,
motiva-me,
a dar as costas e seguir o caminho.
Desconhecido imprevisível.
Mata-me.
Faz me rir com essa simplicidade.
Ridícula,
mas sufoco rindo sob o travesseiro.
A luz que me guia e incomoda,
um passo
As pernas não se movem,
não há espaço.
Lentamente a terra cobre a luz...
Gabriel Melo
Me enches os olhos d'água
Enfoco o desejo em um espelho concavo,
me perco,
e no caminho encontro a perdição.
Um ponto fixo no além infinito,
motiva-me,
a dar as costas e seguir o caminho.
Desconhecido imprevisível.
Mata-me.
Faz me rir com essa simplicidade.
Ridícula,
mas sufoco rindo sob o travesseiro.
A luz que me guia e incomoda,
um passo
As pernas não se movem,
não há espaço.
Lentamente a terra cobre a luz...
Gabriel Melo
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