quarta-feira, 27 de julho de 2011

Coisas que aprendi até a madrugada de 28 de Julho de 2011

Escolhas são feitas. Todos os dias fazemos escolhas que podem mudar o rumo das nossas vidas. E por vezes as coisas acontecem modificando as escolhas que nós fazemos.  Não existe uma formula de como se deve agir nesses casos. Você deve seguir seus princípios, escutar seu coração e como ultima alternativa tentar manter o plano original, sem nenhuma mudança.

Há tempos, mantenho como uma regra a não influência de antigas relações amorosas na minha atual situação sentimental. Obviamente pessoas passam pelas nossas vidas. Deixam um pedaço delas e levam um seu quando partem.  Por vezes passei horas imaginando como estaria uma grande paixão, às vezes houveram espasmos psicológicos do que outrora foi-se considerado um amor. Tente não se culpar por ao deitar na cama com sua namorada e ao fechar os olhos ver outra mulher. Fantasmas que não tem espaço no presente escolhido por mim.
Encontrar com esses fantasmas pode ser, digamos complicado. Se uma antiga paixão aparece enquanto você está em um dos momentos mais importantes da sua vida amorosa? Se você realmente acredita ter encontrado o derradeiro amor, alguém que gostaria de passar todos os dias até o fim da existência terrena. O passado sempre existiu, e não é mutável. Mas as influências dos acontecimentos podem ser de diferentes graus, tamanhos e abrangências.  

Lembro que algumas coisa que Ex deixaram. Pouquíssimas coisas como, maneiras de se dobrar roupas e a assustadora verdade imutável:  os namorados atuais nem sempre vão ser os namorados, já seus ex... esses nunca vão deixar de ser ex.

E quando romances inconclusivos reaparecem? Alguém que realmente tenha mostrado uma perspectiva diferente da sua atual. Se você não está no melhor momento, tem dúvidas. E te apresenta uma oportunidade diferente. Uma chance de mexer com as estruturas da relação, te trazer dúvidas, insatisfação. Sempre é fácil ter uma novidade, ver uma oportunidade para diversão. 

Mas vale a pena? Será que... bem será  que um romance deve ter a oportunidade de destruir um grande amor? Uma vez me arrependi de ter perdido um amor por ter me envolvido fora de hora com outra pessoa. Mas tenho que admitir que foi bom, mas valeu mesmo a pena? Trair alguém que você acha amar? A culpa pode te consumir e destruir oque você acha bom em você mesmo, ou oque a outra pessoa acha bom em você. 

Hoje olhando para o passado, não me arrependo daquele dia do jogo do Brasil. Hoje olhando para o passado percebo que o dia do jogo do Brasil foi um marco que destruiu uma relação por completo. Hoje percebo que poderia ter mantido um ótimo romance depois do jogo do Brasil, mudar drasticamente destino talvez. 

Escolhi um caminho diferente. Escolhi um tempo de diversão e aprendizagem. Fui descoberto por uma mulher sensacional. Destruí relacionamentos alheios apenas por diversão. Escolhi abandonar a diversão indiscriminada por amor. Neguei por muito tempo, mas eventualmente aceitei aquilo que estava na minha frente. Deus, como é bom estar apaixonado. É extremamente bom encontrar aquela pessoa. Hoje eu agradeço muito por tudo que vivi.

Fiz minhas escolhas e nada que venha vai mudar oque eu quero de verdade.

Kamaya Vidal.
Descobri o quanto é bom lhe amar. Ter você ao meu lado. Ser a pessoa que você chama quando é importante. Estar lá aquecendo uma noite fria.
Eu te amo!  Acredito em nós. Sonho conosco. Quero-te como minha esposa.
Os: talvez não seja fácil, talvez erremos, talvez tenhamos dúvidas, talvez... sejamos fortes o bastante juntos para realizarmos grandes coisas juntos.

sábado, 14 de maio de 2011

Talvez se soubesse poesias...

Uma noite fria e chuvosa. É com me lembro da ultima vez que a vi. Mas historias não devem ser contadas começando pelo final.

Foi em um dia ameno de primavera, um dia bem  característico como as flores dos jardins em seu total esplendor. Ela andava despreocupadamente, com uma blusa branca, uma saia leve e os cabelos avoaçados pela leve brisa matinal. E pensar que no fim tudo seria tão obscuro e escarlate. 

Estava sentado em um banco do parque municipal quando ela chegou. Sinto ainda como se fosse hoje o perfume de camélia vindo de um canteiro próximo, as flores seriam marcos que nunca mais esqueceria. Ela era com uma flor, linda, radiante, com um suave brilho emanando. Sua pele corada pela rápida exposição ao sol me hipnotizou. As maçãs de seu rosto pareciam especialmente desenhadas para aquele momento. Veio em minha direção com uma determinação assustadora. Sentou ao meu lado e tirou de sua pequena bolsa um livro, algo sobre como resolver os mistérios do universo.

Não me recordo agora. Tentei com todas as minhas forças ignora-la não sentir a tremenda pressão que sua presença ali me causava. Não exatamente me incomodava apenas me sentia atordoado com sua proximidade. 

Pareceram anos passados quando algo caiu do meio de seu livro. Por muito tempo me questionei se fora proposital, mas havia acontecido. Uma quebra paradigmática. Um motivo para que eu, simplório escritor de obituários do pequeno jornal local, interagisse com ela. Se fosse um poeta talvez a tivesse chamado de Afrodite, Perséfone ou mesmo Athena. Mas nunca fui um poeta, Era um escritor de obituários o melhor que pude fazer foi uma brincadeira com seu epitáfio. 

Senhora Silva, esposa amada, mãe dedicada e filosofa fundamentalista nas horas vagas.”

Ela sorriu. Esse foi o primeiro passo para oque achei que poderia ser uma longa historia de amor. Poderia ser se talvez fosse um poeta. Mas nunca soube fazer poesias. Estava com um cartão em minhas mãos, algo sobre uma fotografa famosa. Ela assinava em todas as revistas de turismo famosas, as quais eu possuía todas e sonhava com suas fotos por noites a fio. Era um escritor, almejava grandes matérias nessas revistas, sonhava com o pulitzer, em cobrir grandes matérias que mudariam o destino do mundo. Talvez se soubesse fazer poemas.

Acordei com uma ligação no inicio da noite. Estava mais uma vez atrasado para o trabalho no jornal local. E os mortos não esperam. Havia se passado duas semanas que peguei seu telefone. Nunca cheguei a ligar. Oque falaria? “Oi, lembra-se de mim o cara que fez seu epitáfio na praça?” Não poderia ser assim. Bem os mortos não esperam, e eu tinha muito que escrever  pela noite adentro.

Liguei meu laptop e olhei pela janela e vi as primeiras estrelas brilhando lá fora. Pessoas morriam todos os dias, esse era meu trabalho escrever sobre elas noite após noite.  Abri meu e-mail e vi uma mensagem da editora, algo sobre uma famosa fotografa local que havia falecido trabalhando. Abri a mensagem e olhei as fotos. Cairo, uma noite chuvosa.

Renata Santos, cidadã condecorada, fotografa premiada e filosofa fundamentalista na horas vagas.”

Eu nunca soube fazer poesias. Talvez se soubesse lhe faria uma.